sexta-feira, 28 de agosto de 2009

bizarro partir

bizarro partir
dá saudades de ficar
saudades de um outro eu que ficaria
que perderei pra sempre em mim
e já
por antencipação
saudades de lá
na hora de voltar
como alguém que ainda desconheço

hasta luego

último fim de semana em são paulo. mas não é despedida não. só até loguinho. e antes de ir ainda quero assistir duas estreias: Anticristo e Os Normais 2, e dois filmes já em cartaz que até agora não vi: Bruno e Arrasteme para o Inferno. Vai ser uma delicia de fim de semana, com essa cinematografia tão diversa hahaha e a melhor companhia de todas.

já estou com minisaudades. Não sei com que frequência vou conseguir atualizar o blog, mas espero manter alguma. de qualquer forma, dei uma olhada nele hoje e fiquei orgulhoso. ele me estimulou a soltar os dedos bastante esse ano.

e agora o marfim cariado vai ter um blog irmão. sim, para quem não entendeu ainda, vou morar em cuba, estou indo terça-feira. então um outro blog - este sim espero que seja bastante atualizado - falará das experiências por lá, da vida em cuba e bastante de cinema. o blog chama-se Cuba na Cam e o endereço é este http://gvinagre.zip.net/ Leiam, comentem, e tudo o menos. Já postei algumas coisas dos preparativos.

Bjuuusss, te vejo no mar do Caribe.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

eu mesmo em outro alguém

eu ajudando sempreeu no blog do meu mestre

Olha eu aih de novo genteeeee. Dessa vez, estava numa empreitada humanitária em Serra Leoa. Meu "tio" escreveu isso sobre mim em seu blog (clique na foto ao lado e leia). O post inteiro do meu "tio", vcs checam aqui.

ontem

Eba, adorei o lançamento ontem, obrigado a todos que foram. Obrigado ao Vicente - organizador da antologia - sem ele a Letras seria menos, bem menos.


quinta-feira, 20 de agosto de 2009

ávida espingarda

Domingo, dia 23/8, a partir das 17 no Ícone Espaço Cultural vamos lançar os três volumes da coleção Feito nas Letras.

Hása/cina/fome, de Luis Venegas; Os Tempos da Diligência, de Antonio Vicente Seraphim Pietroforte (idealizador); e Ávida Espingarda, coletânea de oito alunos da Letras/USP (eu, por exemplo).

Compareçam, ávidos leitores. hehe.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Artur

Desenhei-te sem naturalidade,

Artur, minha sina é não aturar

o teu olhar, se não for no papel...

Em tua boca cravei a assinatura.

Minha natureza é assassinar

com meu traço tua torpe-natura

e em tua boca escrever minha sina,

esfumaço em grafite o teu pesar...

Artur, atura minha assinatura,

ah, o que há de ti em ti desnatura,

é essa sina assassina assinar:

................................ assassinatura!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Gustavo Vinagre reforça equipe comercial da 3Com no Nordeste



em um outra dimensão, aconteceu isso, a outro eu, parecido com esse, mas não tão quase exatamente

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

especial de fim de ano

tá, desculpem se sou insistente nesse assunto, mas essa é a referência da minha vida. imagine um fim de ano em que não houvesse retrospectiva, show da xuxa, casseta e planeta de natal, ou o bom e velho roberto carlos usando a mesma roupa, da mesma cor, com as mesmas canções e mesmo cabelo. e ao invés disso tudo, houvesse algo assim:


impossível né? mas não custa imaginar...

I remeber you


Nada mais brega e gay do que colocar a letra de uma música traduzida. Mas sim, fiz uma tradução livre, bem livre, de I remeber you, música por que estou apaixonado no momento. Sorte ter ganhado esse álbum de raras da Bjork. A canção é quente, romântica, triste, e Bjork usa muito bem seus graves e agudos, como sempre. Segue a tradução, acho que ficou fofinha. Tentei favorecer a rima com acentuação grave (você, mercê, glacê) para manter a gravidade do "you" da bjork, no inglês, entre outros detalhezinhos. hehe


me recordo você
deixei meus sonhos a sua mercê
há poucos beijos atrás

me recordo você
que disse "não vou te esquecer
por nada, jamais"

também me recordo
um sino distante
estrelas cintilantes
como chuva de glacê

quando a vida esvaecer
e os anjos indagarem
que me relembre
a emoção do sempre

certa, direi a eles, que recordo você

moscow


Eduardo Coutinho consegue levar além o brilhantismo de "Jogo de Cena" em "Moscou". Novamente, o enfoque é no trabalho do ator. O diretor acompanha o grupo Galpão na montagem de "Três Irmãs", de Tchékhov. Mais uma vez a brincadeira é não entender os limites entre arte e realidade, atuação e emoção verdadeira, memória e verdade, etc. Somado a isso, vem a grande metáfora para o trabalho do ator, que é a própria peça de Tchékov, um tratado sobre o tempo, a finitude, a repetição, a mesmice. Dessa forma, Coutinho mostra um lado árduo da vida do ator - nada glamouroso, repetitivo ao extremo e ainda assim irresistível.

Além disso, você tem a chance de ver o ótimo Grupo Galpão na tela grande.

O filme é isso, e muito, muito, muito mais. Não se dê ao luxo de perder.

olá

Uma pena estar há tanto tempo sem postar. Me entristece, mas minha cabeça não anda muito focada. Bem, mas vou tentar voltar a manter um nivel... hehe

Tentei escolher algum poema recente para colocar aqui e nada. Tô com ciúme deles, e vão ficar guardados, pelo menos, um tempo. Por isso, vou reproduzir um poema meu da Antologia Ávida Espingarda, que agora já tem data de lançamento, dia 23/08 - tbm será a última chance de me verem antes de ir para Cuba. Conto mais detalhes em breve.

Go - linguagem, em japonês

Quando de fogo-tentáculos as

palavras se esticarem (em vão)

(ou não) e tudo for dito, linguagem

o que por dizer faltará? Se suas

chinesas muralhas erguer-se-ão

ideogramáticas ou não, folhagens

frondosas floridas e anti-escassas

depois de já ter dito ex-caças de

jeit`outros, que faltará cassar?

Quando a nomear não houver mais coisas

e o tudo virar o nada inaudito-

inaudigo, o que, o que direis?

Dirás do nada como os esquimós

e suas dezenas de branco de

neve e o nada aos poucos de nu

ances, tal qual um ancestral, que aprende

a falar, revestir-se-á, com os

novos vocábulos recém-formados

que designam o tudo que saiu

do nada, que é o tudo esgotado-

dito, que é o nada nomeado-repleto.

terça-feira, 28 de julho de 2009

ávida espingarda

Pois é, essa é capa da Antologia Ávida Espingarda, que reúne 8 poetas, cada um com 10 poemas, todos estudantes de Letras da USP. Muito em breve é o lançamento. Aviso.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

redoma ou pato amarelo de borracha

- Eu não consigo ouvir nada. – disse Ricardo, bem baixinho, articulando cada uma das sílabas. Isso causava uma pressão divertida aos ouvidos, e ele sentia todos os ossos do seu crânio.

Mesmo assim, não conseguiu escutar o que falava. Sua cabeça estava mergulhada na espuma da banheira, e a torneira aberta ao máximo era cachoeira em tromba d’água.

- Eu não consigo ouvir nada. – dessa vez falou bem alto. Sua voz, distante, pareceu a de um adulto bêbado. Achou graça. Bolhinhas de sabão se formaram ao redor dos lábios e, ao estourar, fizeram cócegas.

Boiava no espaço limitado, deixando apenas o nariz, a boca, e os olhos (fechados) do lado de fora. Era um retiro necessário, fundamental aos seus ouvidos.

Fechou a torneira para a banheira esfriar aos poucos. Sem o som da água contra a água, descobria outros, que ecoavam de todo o apartamento, e até de outros andares do prédio. A pia gotejante. Sua mãe, provavelmente, atrapalhada com os armários da cozinha. O motor do elevador. Gemidos do sétimo... Mas a cada grau que a temperatura diminuía, ficava difícil não pensar também nas coisas ruins, pra lá da porta do banheiro.

Quando já estava um gelo só, voltou a ligar a torneira. O aquecimento amolecia os músculos, relaxando. Pensava no conforto da sua cama. Um soninho... Então, quando ficou quente o suficiente, desligou a torneira e começou tudo de novo.

Cansado da brincadeira, sentou. Com as pontas dos dedos, desenhou coisas na espuma. Um cachorro, uma pipa, mulheres caminhando. Tirou a tampa do ralo, prestando atenção no som cada vez mais forte da água escorrendo – parecia um chupão, como quando queremos mais milk shake quando já não tem. Esvaziou a banheira pela metade. Virou com o bumbum pra cima. Esfregou-se ao fundo escorregadio de cerâmica, cada vez mais rápido, sem entender, com a cabeça afundada no silêncio líquido.

A mãe bateu na porta. A canja estava pronta.

– Só mais um pouquinho.

Levantou com as mãos tremendo, enfiou o roupão branco de capuz. Passou a mão no espelho suado e se olhou. Girou o trinco da porta. A maçaneta o refletia metálico.

À mesa, a mãe beijou-lhe a ponta dos dedos, apertou-os para aquecer, e serviu uma concha da sopa. O bafo subiu do prato ao rosto, fazendo-o suar.

- Faz mal ficar tanto tempo assim no banho. A ponta de seus dedos e o seu peru estão que nem uvas passas.

Deu uma colherada.

- Mãe, amanhã vou mesmo ter que voltar pra escola?

- Lógico. Um dia você ia ter que.

Ele colocou as duas mãos sobre os ouvidos e cantarolou:

- Não tô te ouvindo, não tô te ouvindo.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

âncora

- Eu tenho muita coisa pra te contar.

Assim ele começou a conversa pelo celular.

- Então me conta.

Mordeu o lábio e esperou uma resposta. Elevou a voz:

- Não tô te ouvindo. Eu tô indo almoçar, e o telefone não pega bem no elevador.

Ela não escutou nada e, por alguma razão de que nem ela lembra, não pôde retornar a ligação.

Fazia dias que não conversavam. E o ímpeto de dizer espetava a garganta, de falar tanta coisa, sei lá o quê. A quantidade de idéias e palavras complicava a escolha de como começar, e a correria – corriam como cavalos para se encontrar apenas sobre um colchão de feno – dificultava um pouco mais. A vontade passava, e dava um sono nele. Relinchavam, exaustos.

- Você disse que tinha coisas para me contar.

Ele fingiu que roncava.

Com o tempo, ela reparava, aqui e ali, um jeito no olhar dele. Toda vez que ela via esse olhar, ela se surpreendia, como se fosse pela primeira vez. Dizia-se que era uma besteira, coisa de homem, homem é calado mesmo. Ou era medo de saber?

Aos fins de semana, quando ele fumava - mesmo quando estavam no meio de uma conversa corriqueira sobre trabalho ou falando mal de algum conhecido - parecia que o fogo trazia a ele uma aura sagrada. Entre uma palavra e outra ditas de maneira frívola, um lampejo daquele olhar aparecia, e era como se seu marido se tornasse cerebral e melancólico para, então, retornar a conversa, ainda mais empolgado. E ela procurou se sentir abençoada por ter um marido misterioso como o seu. Não duvidava que suas colegas de escritório fossem felizes. Mas não como ela. Elas também amavam, mas cabia tédio em seus amores. Ela era única - seu marido tinha alma de quem desbrava continentes, apesar de seu corpo escrever relatórios. Uma papada começava a crescer no pescoço dele.

- Eu tenho muita coisa pra te contar.

Ele tinha perdido a conta de quantas vezes tinha dito essa frase em 12 anos.

- Vá primeiro dar o seu mergulho, meu amor. Enquanto isso, me bronzeio. Conversamos depois.

Ele concordou, com a cabeça balançando lenta. Ele estava pesado, e caminhou com a elegância de um paquiderme até dentro d’água. Ela observou o seu andar, seu corpo. Estavam ficando velhos e, mesmo assim, ela sorriu satisfeita. Ele era um homem, calado e bronco, como os de antigamente.

Ele, assim que entrou no mar o suficiente para não dar pé, afundou.

Ela chorou muito, mas sequer se perguntou o que tanto ele queria lhe dizer.

terça-feira, 21 de julho de 2009

$9.99 Altamente recomendável


Acabo de voltar do Rio, e lá vi algumas sessões de curtas do Anima Mundi, e tbm o longa australiano $9,99. Vc que está por São Paulo, programa-se e veja, vale a pena. O filme é lindo, poesia pura sobre o significado da vida e sobre a crise da masculinidade - 99,9% dos personagens são homens, e todos abandonados por suas mulheres.

O Anima começa amanhã em SP.

você já se viu no rosto de outra pessoa?
um gesto que seja, semelhante ao seu?
um espelho indecifrável que se faz no outro
e, por mais que reconheça a semelhança,
não se enxerga

resquícios decisivos
de vidas passadas futuras pra sempre

superpoderes

-

atirar bolas de fogo
invisibilidade
achar camisinha no escuro

-

quarta-feira, 15 de julho de 2009

possível (como tudo)

-

o mundo é alucinógeno
tem rios de peixes elétricos

eu quero o improvável
peixes voadores em meu aquário

-

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Abraço de Mãe


Participei de um concurso literário da revista piauí. O lance era fazer um conto baseado nessa ilustração. Pois bem, aí segue o meu, se quiser ler o do vencedor, clique aqui.

Encontrei-a estendida. Eu tinha oito anos. Íamos assistir Vestido de Noiva, depois da insistência de papai. Abri a porta. Lá estava ela, se abraçando, como se buscasse em si um carinho que o marido não soube dar, que a vida reteu.

Havia cinco cigarros no cinzeiro de acrílico– ainda era elegante uma mulher fumar. Usava vestido branco de organza. A pele parecia recoberta da mesma qualidade especial do cinzeiro- ao mesmo tempo fosca e brilhante- que só um material plástico pode ter. Uma aura suburbana. Justo ela, que evitava Nelson Rodrigues. Mamãe estava toda kitsch.

O cabelo brilhava. Escovado dezessete vezes. Se meu pai dizia que era superstição, revirava os olhinhos, alegando ser o costume de alguma princesa, sabe-se lá de que reino. Diziam que eu tinha os cabelos dela. Agora, estou calvo. Não. Careca.

Me mijei inteiro. Papai me pegou segurando as calças- apertava a cabeça do pinto pra não vazar nem mais uma gota. Gritou que eu não servia pra nada, um absurdo a mãe morrendo e um menino da minha idade daquele jeito. Só parou ao perceber que não havia nada mais a ser feito. Saiu água de seus canais lacrimais. Pois papai nunca chorou: mijou pelos olhos.

Vi essa cena milhares de vezes nos sonhos. Acordo molhado. Tentei terapia freudiana, lacaniana, junguiana, filósofos, curandeiros, mãe e pai de santo, auto-ajuda, cromoterapia, ayurvédica, yoga, santo daime, maconha, cocaína, talk shows, feng shui, e nada.

Até que tive outro sonho. Adulto, descobria mamãe morta, e mijava em cima dela. Levava, então, vida normal: deixava de ser virgem. Mas acordo, e é tudo ruim de novo. Ah, se eu pudesse realizar esse sonho, tudo ficaria bem.

Assim pediu. Bom, senti como pedido. Não, não fiz a exumação da minha sogra. Ele sempre falou de como parecíamos. Depois de ver fotos dela, notei a cruel semelhança.

Amo esse homem. Por que não ajudá-lo? Ele é doce, fiel, ganha bom salário- já é muito mais do que a maioria das mulheres poderia querer. Mas tenho tesão, quero trepar. Minhas amigas fariam muito mais por qualquer-homem-muito-menos – com tantos veados no mercado, a disputa realmente não é fácil.

Mas ele é hetero. Ele não transa comigo pois, toda vez que vê uma boceta, lembra da mãe, e broxa. Sim, já fui a freudianos, lacanianos, junguianos, praia de nudismo, alcoólicos anônimos, abraço em árvores, terapia de cristais, tai chi chuan, bronzeamento artificial, dieta da proteína, aula de aquarela, búzios, meditei em Búzios, virei wiccan, e essas filosofias certificaram: ele é heterossexual, do contrário, o problema seria com o pai, e sendo o trauma com a mãe tão grave, deve ser macho dos muito machos. Então meu bem, não é uma mijadinha que vai me inibir.

Deito aqui. Me abraço. Que nojo esse vestido de brechó, cheiro de cigarro. Ok, concentra. Nada pode me deter. A porta abre, vejo seus sapatos. Fecho os olhos. Deixo uma brechinha. Enxergo-o colocando o pinto pra fora– difícil distinguir meus cílios dos pentelhos dele. Ele faz força, esboça dor. Não sai gota. Geme. Abro os olhos. Levanto pra acudir. O plano vai por água abaixo (ironia do destino?). Droga, é cálculo renal. Levo-o ao hospital. Depois dessa então, é que não deixo escapar: ele é macho, muito macho.

pandeiro de couro de gato

-

um pandeiro de couro de gato persa albino
algo além do guarda-chuva
novos e melhores celulares a cada dia
e nenhum guarda-chuva mais preciso

um pandeiro de couro de gato persa com vitiligo
um melhor preparo físico
teletransporte
algo menos rústico que a estrada da serra ubatuba-taubaté

um pandeiro de couro de gato persa prateado
uma eternidade finita
em que possa viver pra sempre
e ainda ter a noção de morte
não abrir mão de nada
sem abrir mão de tudo

um pandeiro de couro de gato sphynx
que tenha som de cuíca-
de-cauda-grossa,
cuíca-d'água-pequena

-

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Cenicero, mi cenicero Mi corazón, mi cenicero


Pois é, me empolguei. O novo álbum do Placebo é chatinho e quase sem emoção, com excessão de "Ashtray Heart", "Battle for the Sun", "Bright Lights" e "Kitty Litter", mesmo assim, estas ainda estão longe de qualquer outra canção de qualquer outro cd. Fora isso, parece que Brian Molko simplesmente está escrevendo imitações pioradas de suas músicas antigas, além de usar rimas já usadas em outras letras - como "way" com "decay"ou "tries" com "times" e "minds" e "eyes". Enfim, ainda adoro a banda, e espero que haja coisa melhor pela frente.

Os únicos versos bonitinhos que encontrei estão em "Ashtray Heart", são eles:

I tore the muscle from your chest
And used it to stub out cigarettes
I listened to your screams of pleasure
And I watch the bedsheets turn blood red

terça-feira, 7 de julho de 2009

pérolas


Hoje, quem quiser ver o Pérolassssssssss na telinha da tv, ligue à 00:00 no Canal Brasil.


beigos

segunda-feira, 6 de julho de 2009

obrigatórios e imperdíveis

Horas de verão: Discussão elaboradíssima sobre a batalha velho x novo, tradição x globalização, banalização da conservação, ilusão de eternidade através do que se guarda, valor histórico x valor de uso dos objetos: roteiro impecável, fotografia impecável.







batalha pelo sol

Felicíssimo estou com o novo álbum do Placebo, minha banda preferida. Ainda não ouvi tudo, estou indo aos poucos. Mas já posso dizer que amei a música título Battle for the Sun, como sempre com aquela força incrível das músicas deles, e da For What is Worth, que já tem clipe. Aliás, o Placebo é uma das poucas certezas na vida de alguém que... gosta de Placebo. A banda é daquelas poucas que não precisava ficar se reinventando para conseguir atenção, e sempre mantém o estilo e a qualidade sem ser repetitiva ou apelativa. Vale a pena também dizer que, o Brian Molko, que nunca fez muito meu estilo, está muito lindo nessa nova fase, de cabelo comprido.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Vampiro

-

esmalte pérola
cravado ao páramo
de tenro púbis

-

segunda-feira, 29 de junho de 2009

amor da minha vida

eba, te amo cada vez mais, essas rosas são pra você.

sábado, 27 de junho de 2009

rip III

-

hoje, o mundo se envergonha dos seus pop stars: seus astros comuns, comunzinhos. hoje, se arrependimento matasse... o mundo voltaria atrás e liquidaria os shows de talento, os reality shows, e todo os auto-denominados pop stars com cara de vizinho, de primo, de carola de igreja, de caixa de supermercado. pop star com cara simples, comum, desejos iguais aos de todos, preocupações humaníssimas. hoje, ao ver um pop star de verdade, bizarramente poético, morrer, o mundo se dá conta que deu espaço demais para meros vizinhos, primos, carolas de igreja - pessoas até simpáticas, mas longe de serem pop stars. ordinary people.

-

sexta-feira, 26 de junho de 2009

rip II

-

Michael bom é Michael morto, que dá ibope no Jornal Nacional, no Globo Repórter, no Fantástico. Excentricidades, só se póstumas. De repente, o monstro ficou lindo. O efeminado, virou gênio. O pedófilo, incompreendido.

Mas Michael, eu preferia você vivo.

-

rip

/

- mãe, por que que o Michael nunca tirou aquela máscara?

- ele era alérgico a germes, ou achava que era, alguma coisa assim...

- não, não digo essa máscara de pano, a outra, aquela branca azeda, sem nariz, que ele usava por baixo... por que ele nunca mostrou a cara dele de verdade? será que era mais feia do que aquela?

- não sei filho, acho que as pessoas se esquecem de tirar justo as máscaras mais importantes. Ou pior, não conseguem...

/

quinta-feira, 25 de junho de 2009

A Erva do Rato

ser ou não ser, eis o ratão

Agora, depois de dois dias de digestão desde que vi a pré-estreia de A Erva do Rato, do Bressane, posso finalmente dizer que adorei o filme. Por mais que tenha me incomodado intensamente, arrancado gargalhadas, e até nojo, o filme é bizarramente lindo, plasticamente lindo.

Possibilidades mil para metáforas tão bem construídas. O casal Senton Mello e Alessandra Negrini (belíssima e em atuação corajosa) tem uma relação metódica e funcional. Tomam chá, ela escreve os seus ditados à mão, com a rapidez de uma máquina de escrever. A aparente frieza da relação vai num crescente de força sexual: o personagem de Selton Mello começa a fotografar sua companheira. Depois de reveladas, eles analisam as fotos com atenção. Como se não bastasse, as fotos começam a virar closes, e de closes, super closes das genitálias dela. E ainda assim, ele precisa ver as fotos com uma lupa. Tudo no filme dá-se a conhecer pela imagem. Esses personagens vivem juntos, trabalham juntos, mas só conseguem se satisfazer em relação a si mesmos e ao outro, quando vêem a imagem do outro ou de si capturadas. Até que um rato chega para acabar com toda essa calmaria, e roe as fotos da mulher. Ele come pedaços das fotos que expõem suas genitálias, o que cria ódio da parte do personagem de Selton Mello, que encara isso como um excesso de intimidade do rato com a sua companheira. E ele está certo.

Posso estar viajando - mas foda-se, esse filme é uma viagem - acho que Bressane está falando do próprio fazer cinema, da relação metódica, complexa e organizada que precisa ser fazer cinema, e ao mesmo tempo a grande erotização que há em querer capturar uma imagem específica. No fim do filme, entre os créditos, vemos não menos bizarras imagens de Bressane dirigindo os atores, o que, para mim, reforça essa minha teoria. Só que além disso, o filme está falando de milhões de outras coisas, este filme é daqueles especiais, que não tem fim em nossas cabeças, e a cada dia criamos relações diferentes dentro dele. Ah, e o rato? Bem, o rato é um outro post inteiro.

Enfim, o filme é bem complexinho, e dada a minha nítida dificuldade de escrever a respeito, parace que ainda o estou digerindo. Bom, então chega de enrolação e não conto mais nada, para não estragar maiores surpresa.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Servido

-

umbigo é taça

manjedoura da tapioca

catapultada pelo pau gangorra

-

novidades

... depois de passado o susto de saber que vou pra Cuba em setembro - as aulas começam dia 7 - volto a escrever por aqui. Enfim, além da óbvia e ululante novidade que é Cuba, outra ainda está por vir... uhum. Em breve confirmo-a aqui. Tbm tenho escrito bastante, coisas que não são pra mostrar, de arrepiar os cabelos, isso tbm mais pra frente. enquanto isso, deixo um leve aperitivo: o próximo post.

-

ps: ótimo esse post chamado novidade em que não conto novidade alguma. hehe

quinta-feira, 18 de junho de 2009

oh my dog!

-

Fui selecionado para a Escuela Internacional de Cine y Television de San Antonio de los Baños, em Cuba

OH MY FUCKIN GOD

_

segunda-feira, 15 de junho de 2009

do bom

-

dei só um pega

e me deu sua força pégasus

me pegou de jeito

surfei no seu pau parafinado

parafernálias mil pra bolar um só

me dixavou

bolou minha pica em camisinha furada

pilei você pilou eu

piração

gozo de espuma de onda de mar.

-

sábado, 13 de junho de 2009

parada parada

-

já que a parada gay é o evento que traz mais dinheiro pra cidade de são paulo, lotando hotéis e etecetera e tais, o ideal não seria sequestrar a parada, ameaçar terminá-la, pra ver se assim algum direito de direito é conseguido?

-

Boa Noite



Segue o poema "Boa Noite" do Hugo Guimarães, poeta e comparsa. O poema está no ótimo livro acima:

sempre alguém
querendo apagar meu cigarro
tem uma câmera na lâmpada
tem um sol
na minha canseira
e sempre o esforço
pra subir a joelheira
e um chato querendo puxar meu braço
estão querendo que eu
não vá para o céu
umas baratas pondo ovos
no meu pão de mel
alguém precisa espetar o papa com uma agulha
e que quebrem suas patas
pra não impedir minha fuga

e eu disse
"do pai do filho
do espirito santo amen"
e fui trepar
ouvi
"até que enfim
peguei você, garoto"
você me ama?
então fode meu estômago
goza no meu dread
chupa minha cárie
fode o meu espírito

-

dias dos namorados

casa comigo, benzo?

terça-feira, 9 de junho de 2009

Porto7

Além disso, fomos selecionados para o Festival Internacional de curtas-metragens do Porto.

Tel Aviv

הפנינה (2008, 9 דקות)
בימוי: גוסטבו וינגרה אלבס
זוג סטרייטים עובר בוקר מוזר במיוחד

Perolas (2008, 9 minutes
Directed by 
Gustavo Vinagre
A straight couple's most peculiar morning

receita de sour cream

-

abraço todos os seus cágados, suas tartarugas

barriga nua contra o casco frio

eu, há 500 anos, embalsamado

em vinagre balsâmico

tabasco-colírio

tabaco lírio

apnéia no fogo

pinel

salto livre na matéria amor

escalo a pirâmide desreinvertida

escalo de cotovelos como quem

escala de joelhos

sou um terremoto menos dois na escala Richter

um pote vazio de fermento Fleischman

a cicatriz dos pontos internos


-

segunda-feira, 8 de junho de 2009

-

mãos trêmulas

olhos curiosos

um copo que se arrebata contra a parede

 

até hoje tenho medo da brincadeira do copo

foi dentro d’um que achei essa alma

que hoje habita

 

meu corpo

 

cacos caídos pelo chão

-

sábado, 6 de junho de 2009

etiqueta sexual

quieta

caía de boca, em silêncio (respeitava o sagrado)

indiscretos

caíram com a boca no trombone (uma falta de educação)

conclusão:

caiu
na boca
do povo

agora, ela não para de falar, sem parar, sem pensar, a profanar todas as casas, a dizimar bons sensos

os pintos por fim caíram

moral: não se vanglorie da chupada recebida. guarde a boa lembrança para si. a mesma boca que o seu pau ergueu, pode logo fazê-lo cair.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

pérolas para certas pessoas



como certas pessoas me disseram que viram o post mais embaixo sobre o pérolas, mas não sacaram que tinha um link, resolvi ser esperto - dããããã - e coloco a janelinha, assim facilita. então viu, vcs, sim vc mesmas, assistam hehe bj

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Cucaína (o tal do poema junkieanal)

sobre as vias do corpo humano todos

desejam manter ordens (naturais?)

boca come, perfume é pras nasais

proibido dizer pra cu: eu fodo

 

se sóbrios menos, funções muito mais

há de se achar pra cada buraco oco

é comum pica em boca - sou um louco?

e na bunda croquetes colossais

 

se tudo isto é comum durante o sexo

por que então não fumar pelo nariz?

cafezinho na cova do seu queixo?

 

nada! a forma única, feliz

de sentido fazer, entrar nos eixos

é coca via anal: gozo de giz

co-co-co

 -

cobain in my ears

cock in my mouth

cocain in my ass

-

um segundo antes de cair no sono tem sido, de uns tempos pra cá, um dos meus momentos mais produtivos pra mim. esses versinhos em língua estrangeira surgiram nesse momento muito especial entre o mundo de cá e o de lá. já fiz o soneto junkie/anal, e estes versos são ainda um filhote dele. preciso mudar logo de tema, se não vai acabar pegando mal hehehe. mas é isso poesia né, até os temas mais estapafúrdios ainda são... tema.  

amare! amare!

-

Deus não existe


-

terça-feira, 2 de junho de 2009

Jornal da Tarde



Eba, saiu uma matéria hj, no JT, assinada pelo jornalista Gilberto Amêndola, sobre poesia em blogs. Eu e 4 lindas poetas/blogueiras - Fernanda Vasconcellos, Luciana Pennah, Juliana Amato e Analu Andrigueti - conversamos sobre isso. A matéria ainda traz um poema de cada. 

Você pode ler a matéria aqui

ensaio para soneto junkie-anal (ou anal junkie?)

 -

boca é pra comer e beber

nariz é pra cheirar

 

todos querem cagar regras

sobre as

vias do corpo humano

 

mas tudo é relativo, se não estão

sóbrias

as mentes

 

logo se encontram outras funções

pra cada canal, que em

dobras escusas

vão parar


se no sexo, isso é comum

por que não em usos diversos?

Fumar pelas narinas?

Música goela abaixo?

 

que nada, o único uso útil

fora os sexuais

é o da coca via anal.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

por onde andará Dr. Angelo Monaqueu?

capa
uma das erotografias, na contra

Semana passada, em um almoço com meu professor Omar Khouri, fui agraciado com seu novo livro, digo, novo livro de Dr.Ângelo Monaqueu (heterônimo do Omar, mas é segredo, tá?). E que delícia de leitura! Já tinha o ótimo Poemas Sob a Égide de Eros, e agora o não menos ótimo Poemas da Mãe. Neste livro, como nos anteriores, são apresentados os poemas e logo depois, o "editor" Omar Khouri faz um comentário sobre cada um deles. Sempre hilários, os comentários têm muito a somar à leitura. Mais uma vez o poeta traz o chulo, desta vez voltando-o para questões edipianas, como indica o próprio título (nossa, família é um assunto que tem me perseguido em minha própria literatura, e tem saltado de todos os lugares - impressionante como quando se está envolvido com algo tudo remete a esse algo). Além disso, o livro traz "erotografias" do autor, uma carta da mãe do Dr.Ângelo Monaqueu, e uma entrevista com ela, feita pelo Omar - pasmem, Monaqueu está sumido, e ninguém sabe de seu paradeiro. Reproduzo abaixo um dos poemas de Poemas da Mãe. E, se alguém viu o nobre escritor por aí, deixe comentários.

Édipo misógino

Impossível a mim
pensar em mãe
co'a palavra boceta
(em mente) 
- insisto -
e sempre que numa boceta encosto
é a boceta da mãe que toco
:
desisto

fragmento de poema cunilínguo-junkie

-

tão acostumado estou

com o beijo grego

 

que

 

se entupido o meu nariz

dou um tiro grego

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domingo, 31 de maio de 2009

fim começo ou meio?

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de repente, me dei conta do decassílabo interessante que é "a piraquê patrocina isso aqui", subtítulo dado a esse blog sem muita razão aparente - além de eu não passar uma semana sem comer um roladinho de goiaba da marca e de ter criado esse blog com certa displicência. o que meu inconsciente estará querendo me dizer?

fato é que amei a frase"a piraquê patrocina isso aqui", que ela tem que virar verso, aliás, ela é um verso, já. agora, preciso criar um poema pra encaixar essa frase esdrúxula  (no fim começo ou meio?). soneto? tem cara de soneto. será?

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quarta-feira, 27 de maio de 2009

Freedom


aparecer é uma luta, parede.

o peixe, na rede, pula; surra.

a voz, substrato último na geologia da rua, fina.

a criança cala quando o pai ralha. 

a parede cai.

a surra desmantela a rede.

a rua ainda é, de madrugada.

o pai morre do coração. 

 

 

não sem luta.       

não sem surra.

não sem noite.

não sem morte. 

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Pérolas


Casal acorda numa estranha manhã, em que coisas inusitadas passam a acontecer. O rapaz tosse e cospe objetos. Enquanto isso, a moça assiste a um bizarro documentário sobre o louva-deus. Revelações ocorrerão, transformando a relação do jovem casal.

Pois é, quem quiser ver o Pérolas clique aqui. Recomendo que veja com a tela pequena mesmo, já que a resolução não é das melhores. Ou você pode esperar até o dia 7 de julho, que é quando ele passa no Canal Brasil. 

 

terça-feira, 26 de maio de 2009

Voltaic


Postei, pq ela tá linda, pq tá chegando o Voltaic, pq tem 42 músicas ao vivo,pq tem remixes, pq vou ganhar uma cópia pirata - perdoa né Bjork, já gastei bstt dinheiro contigo. Enfim, quando chegar aqui, e quando eu tiver verdinhas, eu compro de verdade. 

quarta-feira, 20 de maio de 2009

politudomultiusosemfim

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sou uma baleia mórmon

tenho um arco-íris no períneo

um quê de psique de assassino

memória fotográfica exemplar

                          

mamas poligâmicas

ouro no fim de cada túnel

divã para explicar a morte

câmera digital para esquecer


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sexta-feira, 8 de maio de 2009

Justine


Fui, na quarta-feira, assistir a montagem de Justine, do Marquês de Sade, no Satyros. Não quero entrar no mérito da obra de Sade, que é indiscutivelmente intrigante e pela qual não consigo nunca ter uma opnião completamente formada. Mas se vocês querem ver um exemplo do que é uma excelente adaptação e montagem, por favor, vão assistir. A peça é de longe a melhor da trilogia libertina dos Satyros. Dosa muito bem humor, terror e erotismo - sem apelar apenas para este último, como seria tentador numa peça de Sade. As atuações são muito boas, o figurino é lindo, mas são as simples e inovadoras soluções narrativas que marcam a peça: como quando as irmãs Justine e Juliette contam sua história através de uma brincadeira infantil; quando a peça vira, literalmente, um filme mudo; e quando vemos Justine multiplicada em muitas, realizando seus afazeres doméstico de escrava.


Saiba mais aqui.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Fobia do fim do filme


FilmeFobia é o melhor filme que assisti nesse ano. Tinha muito interesse em vê-lo, muitas expectativas. E quando vou com expectativas ao cinema, geralmente me decepciono. Mesmo assim, ele conseguiu superá-las. Muito além de falar sobre fobias, trata sobre o próprio fazer cinema. O personagem de Jean Claude Bernardet - que representa o diretor do filme sobre fóbicos, dentro do “falso” making of realizado por Kiko Goifman – busca incessantemente a única e verdadeira imagem, “a de um fóbico diante de sua fobia”. Obcecado por essa imagem pura, aos poucos percebemos que a grande fobia do filme está no próprio diretor que teme perder a visão - Jean Claude no oftalmologista é uma das imagens chaves do filme – e a própria morte. Como tantos já teorizaram a respeito, contar uma história, narrativizar, é sempre uma tentativa de superar a morte. O que Jean Claude não entende é que não existe imagem pura e na sua busca obsessiva pelo impossível acaba enchendo a imagem dos fóbicos com parafernálias loucas (e lindas) dignas de filme de horror americano e não conseguindo sequer uma imagem realmente significativa das pessoas que participam/atuam no filme. FilmeFobia é uma análise fiel da espetaculazarização dos dias de hoje, e do excesso de imagens e informações, que nos afastam da imagem simples (talvez por não existir imagem simples). O que resta do filme feito por Bernardet dentro do filme de Kiko são apenas as parafernálias, e não a reação dos fóbicos. Com muita classe e originalidade, Kiko mostra que não existe verdade, existem apenas os meios de contar uma verdade, existem apenas escolhas narrativas – o que é ainda mais interessante vindo de um (até então) documentarista. Interessante notar que entre todas as imagens de fóbicos do filme e nós espectadores existe sempre algo (uma máscara, um espelho, um capacete, um aparelho bizarro)... Para mim, essa é a maneira perfeita de representar que não existe verdade, não existe o medo do fóbico: existem apenas maneiras de apresentar esses medos ao público. Não há imagem pura, há sempre um viés, um recorte.

Parabéns ao Espaço Unibanco Augusta por ser o único cinema a exibi-lo. Assistam pelo amor de santo antonio califórnia.
ps: a imagem do fóbico que é alçado aos ares com duas araras nos ombros é incrível, simplesmente por não nos revelar qual é a fobia daquela pessoa. é a imagem pela imagem, linda por ser tão intrigante. site do filme aqui.


Continua escrevendo, continua escrevendo...

sábado, 2 de maio de 2009

Consciente

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jogo chiclete na via para restaurar o asfalto

fumo cigarro sem filtro e transo sem camisinha

para poupar o meio ambiente

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terça-feira, 28 de abril de 2009

escumadeira madrepérola
para ser real precisa ser escrita

es-cu-ma-dei-ra

filtre idéias e só me deixe às boas
bodas de funil vermelho de plástico mal cortado
óleo no papel toalha
bolinho de chuva
te amo tanto que dói, mamãe

ma-dre-pé-ro-la

(vamos conversar de verdade, pode ser só um segundo,
um segundo só).

queria ser ostra
criar pérolas da saliva pra você transformar em bijouteria.
agradar seus ouvidos incondicionalmente.

escumamadeira.

)quero que queira a sua vida antes da minha.
livre-se de mim(.


mãe,
no claustro da liberdade que me proporciona
só quero colo e colostro.

domingo, 26 de abril de 2009

laboratório de biologia

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meus amores são brotos de feijão
plantados ao relento
ceifados sem dar grãos.

tenros, translúcidos,
colhidos sem idade,
digeridos na cúspide
de um coração faminto.


brotoejas na virilha de tanto esfregar
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quinta-feira, 23 de abril de 2009

haicai frutoso III

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carambola gelada
um amor que se estilhaça
vidros pela língua

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sexta-feira, 17 de abril de 2009

haicai frutoso II

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caqui cai verde
um amor que é cicatriz
cica trava a boca

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quarta-feira, 15 de abril de 2009

primeira e segunda comunhão

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Você disse trinta e três
E me deu quatro ovos de cobra debaixo da língua:

O músculo mais forte do corpo humano, involuntário
A cobra é toda músculo, é toda rabo

(passe adiante)

a língua bipartiu, sibilante

desmunhecando disse: é o grande mal da SIFILIZAÇÃO

(passe adiante)

e fui morder outro passante.

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