domingo, 31 de maio de 2009

fim começo ou meio?

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de repente, me dei conta do decassílabo interessante que é "a piraquê patrocina isso aqui", subtítulo dado a esse blog sem muita razão aparente - além de eu não passar uma semana sem comer um roladinho de goiaba da marca e de ter criado esse blog com certa displicência. o que meu inconsciente estará querendo me dizer?

fato é que amei a frase"a piraquê patrocina isso aqui", que ela tem que virar verso, aliás, ela é um verso, já. agora, preciso criar um poema pra encaixar essa frase esdrúxula  (no fim começo ou meio?). soneto? tem cara de soneto. será?

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quarta-feira, 27 de maio de 2009

Freedom


aparecer é uma luta, parede.

o peixe, na rede, pula; surra.

a voz, substrato último na geologia da rua, fina.

a criança cala quando o pai ralha. 

a parede cai.

a surra desmantela a rede.

a rua ainda é, de madrugada.

o pai morre do coração. 

 

 

não sem luta.       

não sem surra.

não sem noite.

não sem morte. 

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Pérolas


Casal acorda numa estranha manhã, em que coisas inusitadas passam a acontecer. O rapaz tosse e cospe objetos. Enquanto isso, a moça assiste a um bizarro documentário sobre o louva-deus. Revelações ocorrerão, transformando a relação do jovem casal.

Pois é, quem quiser ver o Pérolas clique aqui. Recomendo que veja com a tela pequena mesmo, já que a resolução não é das melhores. Ou você pode esperar até o dia 7 de julho, que é quando ele passa no Canal Brasil. 

 

terça-feira, 26 de maio de 2009

Voltaic


Postei, pq ela tá linda, pq tá chegando o Voltaic, pq tem 42 músicas ao vivo,pq tem remixes, pq vou ganhar uma cópia pirata - perdoa né Bjork, já gastei bstt dinheiro contigo. Enfim, quando chegar aqui, e quando eu tiver verdinhas, eu compro de verdade. 

quarta-feira, 20 de maio de 2009

politudomultiusosemfim

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sou uma baleia mórmon

tenho um arco-íris no períneo

um quê de psique de assassino

memória fotográfica exemplar

                          

mamas poligâmicas

ouro no fim de cada túnel

divã para explicar a morte

câmera digital para esquecer


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sexta-feira, 8 de maio de 2009

Justine


Fui, na quarta-feira, assistir a montagem de Justine, do Marquês de Sade, no Satyros. Não quero entrar no mérito da obra de Sade, que é indiscutivelmente intrigante e pela qual não consigo nunca ter uma opnião completamente formada. Mas se vocês querem ver um exemplo do que é uma excelente adaptação e montagem, por favor, vão assistir. A peça é de longe a melhor da trilogia libertina dos Satyros. Dosa muito bem humor, terror e erotismo - sem apelar apenas para este último, como seria tentador numa peça de Sade. As atuações são muito boas, o figurino é lindo, mas são as simples e inovadoras soluções narrativas que marcam a peça: como quando as irmãs Justine e Juliette contam sua história através de uma brincadeira infantil; quando a peça vira, literalmente, um filme mudo; e quando vemos Justine multiplicada em muitas, realizando seus afazeres doméstico de escrava.


Saiba mais aqui.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Fobia do fim do filme


FilmeFobia é o melhor filme que assisti nesse ano. Tinha muito interesse em vê-lo, muitas expectativas. E quando vou com expectativas ao cinema, geralmente me decepciono. Mesmo assim, ele conseguiu superá-las. Muito além de falar sobre fobias, trata sobre o próprio fazer cinema. O personagem de Jean Claude Bernardet - que representa o diretor do filme sobre fóbicos, dentro do “falso” making of realizado por Kiko Goifman – busca incessantemente a única e verdadeira imagem, “a de um fóbico diante de sua fobia”. Obcecado por essa imagem pura, aos poucos percebemos que a grande fobia do filme está no próprio diretor que teme perder a visão - Jean Claude no oftalmologista é uma das imagens chaves do filme – e a própria morte. Como tantos já teorizaram a respeito, contar uma história, narrativizar, é sempre uma tentativa de superar a morte. O que Jean Claude não entende é que não existe imagem pura e na sua busca obsessiva pelo impossível acaba enchendo a imagem dos fóbicos com parafernálias loucas (e lindas) dignas de filme de horror americano e não conseguindo sequer uma imagem realmente significativa das pessoas que participam/atuam no filme. FilmeFobia é uma análise fiel da espetaculazarização dos dias de hoje, e do excesso de imagens e informações, que nos afastam da imagem simples (talvez por não existir imagem simples). O que resta do filme feito por Bernardet dentro do filme de Kiko são apenas as parafernálias, e não a reação dos fóbicos. Com muita classe e originalidade, Kiko mostra que não existe verdade, existem apenas os meios de contar uma verdade, existem apenas escolhas narrativas – o que é ainda mais interessante vindo de um (até então) documentarista. Interessante notar que entre todas as imagens de fóbicos do filme e nós espectadores existe sempre algo (uma máscara, um espelho, um capacete, um aparelho bizarro)... Para mim, essa é a maneira perfeita de representar que não existe verdade, não existe o medo do fóbico: existem apenas maneiras de apresentar esses medos ao público. Não há imagem pura, há sempre um viés, um recorte.

Parabéns ao Espaço Unibanco Augusta por ser o único cinema a exibi-lo. Assistam pelo amor de santo antonio califórnia.
ps: a imagem do fóbico que é alçado aos ares com duas araras nos ombros é incrível, simplesmente por não nos revelar qual é a fobia daquela pessoa. é a imagem pela imagem, linda por ser tão intrigante. site do filme aqui.


Continua escrevendo, continua escrevendo...

sábado, 2 de maio de 2009

Consciente

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jogo chiclete na via para restaurar o asfalto

fumo cigarro sem filtro e transo sem camisinha

para poupar o meio ambiente

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